Marrocos: Rabat – Marrakech – Ait Benhadou – Foum Zguid – Sidi Afkhenir – Laayoune – Dakhla (30 Setembro-3 Outubro)

No dia 30 de Setembro acordamos cedo para poder chegar a tempo á embaixada da Mauritânia em Rabat. Mais uma vez uma serie de carros estacionados, alguns deles de matrícula europeia, sobretudo francesa. São negócios feitos também por alguns Europeus que compram carros velhos, com os quais atravessam até a Mauritânia, Senegal ou Mali. Aí vendem os carros com seu conteúdo e regressam ao país de origem de avião…  Talvez seja um negócio rentável!

Entregaram-nos o visto sem problemas. Validade de 7 dias, com entrada a 3 de Outubro. Ficamos contentes, pois assim já poderíamos seguir viagem. Seguimos em direcção a Marrakech. Quase 300 Km por uma auto-estrada com qualidade. A paisagem, começa a adquirir um tom mais avermelhado, as características da terra do Atlas. Paramos no Campismo Relais au Marrakech onde passamos a noite.

No dia seguinte, depois de abastecermos o depósito conduzimos em direcção a Ouarzazate. O caminho é espectacular. A paisagem, essencialmente rural, com muitas cenas quase bíblicas. Esta estrada cruza o Alto Atlas. Chegamos a atingir 2230 metros de altitude! Bela vista. Paramos em Ait Benhadou. O impacto inicial ao ver as ruínas desta vila é de espanto. Aqui rodaram vários filmes não seja este cenário o ideal, para o “Lawrence da Arabia”, O “Jesus de Nazaré” ou o “ Gladiador”.

Seguimos viagem. Passamos Tezanakt e continuamos, mais para sul em direcção a Foum Zguid. A paisagem ia mudando do alto atlas, para deserto. Em Foum Zguid ficamos no parque de campismo Khayma Park, onde fomos recebidos com um chá rigorosamente preparado.

No dia 2 de Outubro saímos na direcção de Tata. Paramos em Tissint para ver as cascatas que nos tinham falado na véspera. Vimos vários dromedários. Uma das cáfilas com o tuareg que nos seguiu provavelmente para pedir alguns Dirhans pelas fotos captadas. Almoçamos em Assa.

A tarde foi passada a conduzir. Mais uma vez a paisagem do deserto nos surpreendia, sobretudo pela sua imensidão. Chegamos a Guelmim e fomos na direcção de Tan Tan. Mas um erro de cálculos fez com que tivéssemos de parar para preencher o depósito, com a nossa reserve de 20 litros de um jerrycan.

Chegamos a Sidi Afkhenir já de noite e não tínhamos onde acampar, por isso depois de comer um tagine de peixe decidimos pedir a uma família junto á praia, e atrás da rua principal da cidade, que nos deixasse estacionar junto a casa deles e aí pernoitar.

A noite foi agitada, com muito vento e alguma chuva. Foi pouca mas o suficiente para acordar de tempos a tempos. Pelas 7 horas já estávamos a caminho, depois de gratificar o homem que durante a noite nos vigiou a tenda. A casa onde vivia, em plena praia da vila, tinha anexado, aquilo que pareciam uns balneários públicos, com várias latrinas e um tanque cheio de água.

Despedidas feitas e umas fotos tiradas e metemo-nos a caminho. Andamos uns largos km, ainda com o céu muito nublado e passamos por uma zona de pequenas dunas de areia. Paramos para a respectiva foto!

Seguimos viagem. Os camelos apareciam constantemente, em cáfilas bastante numerosas, Notava-se que eram selvagens, pois apareciam de pêlo mal tratado e por vezes muito magros. De qualquer forma é sempre um espanto ver tamanho animal, no seu habitat natural.

O Sahara Ocidental foi colónia Espanhola até 1975. Desde essa altura foi disputado entre Marrocos e a FrentePolisário. Com o cessar fogo de 1991, Marrocos ficou com a governação de todo o território. Ficou decidido que um referendo iria deixar a decisão aos Saharawis sobre quem deveria governar o Sahara Ocidental, no entanto, a dúvida da ONU sobre quem tem o direito de voto, tem arrastado esta situação, ainda sem solução.

Antes de chegar a Laayoune começaram os controlos de polícia. Tentamos adivinhar qual a policia Marroquina, ou a da Frente Polisário. Ambas muito simpáticas, mas muito burocráticas. Querem ver o passaporte. Alguns perguntam pela “ficha”e como estávamos preparados com um documento em francês com as nossas informações e do carro, conseguimos poupar algum tempo de espera, enquanto apontavam os dados do passaporte. Curiosamente todos perguntavam as nossas profissões, e também todos se admiravam quando dizíamos que éramos médicos.

No total foram 11 controlos policiais, á entrada e saída das povoações. O 4º controlo foi um pouco diferente. Multa por excesso de velocidade… 300 Dirhans. A razão do nosso lado!

Continuamos por uma paisagem desértica até Dakhla, um braço de deserto que se mete Mara adentro, por cerca de 40 Km. À chegada, mais um controlo. Este mais demorado. Após a entrega dos passaportes, ainda nos pediu um “gift”, já que éramos médicos, não haveria nada para as dores de cabeça? Nada que um Paracetamol não resolva!

Chegamos ao parque de campismo Moussafir. Não tem muito bom aspecto, mas é suficiente para passar a noite. Tentamos fazer campismo selvagem, mas aconselharam para não o fazer caso contrário a polícia poderia chatear-nos. Assim ficamos no campismo, tentando resguardar a tenda do vento que teima em soprar!

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5 respostas a Marrocos: Rabat – Marrakech – Ait Benhadou – Foum Zguid – Sidi Afkhenir – Laayoune – Dakhla (30 Setembro-3 Outubro)

  1. Olá Amigos!
    Que bom ter novas vossas, ainda bem que a viagem está a correr como previsto. A Laurinha diz que não quer que estejam em perigo, vai ficar contente quando visionar as fotos.
    Tenham cuidado, e disfrutem.
    beijinhos
    Zinha

  2. Ignacio diz:

    Menos mal que todavía no estais muy lejos… porque os habeis dejado encendida la luz del baño, así que media vuelta que si no vereis la factura de la luz que os va a llegar luego.
    Me alegro que de momento os vaya la cosa bien, creo que cuando llegueis a vuestro destino voy a hablar portugués mejor que el Marqués de Pombal, porque el traductor de Google cuenta otro viaje un poco raro, jeje (lo de “las fotos capturadas por la DEA” me ha dejao flipao)
    Bueno, seguimos en contacto y suerteee

    ah, y perdón por lo del GPS, es que me dió por toquetear y…

  3. Raquel diz:

    Lo describís todo tan bien, que parece que lo vivimos con vosotros…

  4. Daniel Santana diz:

    Muito bom este relato! No fim dará um óptimo livro de aventura. Abraços e continuação de boa viagem!

  5. susana paté diz:

    Que fixe!!! Essa zona deve ser muito gira…adoroo deserto! bjs lindos e boa continuação…quando tiverem aborrecidos na viagem…contem camelos!bjs

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