Uma manhã de descanso, com direito a arrumação e limpeza do carro e da roupa. Estando já quase de saída para o centro da cidade reparamos que o carro não pegava. Pensamos que era da bateria, mas afinal era um problema eléctrico da bomba do injector. Reparado no acto e pago com um telemóvel usado e algum dinheiro… O homem do campismo era muito atencioso e ajudou-nos nesta situação. Conhecia Espanha pelas piores razões: tráfico de Haxixe… Ficou por lá 3 anos e partilhou cela com um português que dizia muitos palavrões. Um homem do norte certamente!
Saímos de Dakla ao fim da tarde e fomos até a baia onde a policia nos autorizou a acampar. Acabamos por ficar no espaço de um campismo para “Kite-Surfers”. Percebemos a amabilidade dos marroquinos, quando põe a mesa a contar connosco. Ainda dissemos que não, no entanto foi em vão, pois eles insistiram tanto que acabamos por nos sentar e comer com eles… E que bela Tagine!
A noite ventosa foi piorando! O ruído barulho não deixava adormecer e parecia que a tenda voava, por isso decidimos, desmontar a tenda e dormir dentro do carro. Quando acordamos, preparamo-nos para mais uma jornada até á fronteira com a Mauritânia. Começamos a conduzir bem pela mesma paisagem, com deserto e o mar á direita, mas sempre rumando ao sul.
Houve algumas paragens obrigatórias: camelos, camelos, camelos! Aproximamo-nos por um trilho, que nos levavam junto aos animais. Fizemos um pequeno vídeo que demonstra um pouco da beleza do momento
A paragem seguinte foi por indicação de um polícia, que afinal o que queria era uma prendinha… não havendo whisky ficou com um telemóvel usado. Então sim podemos seguir viagem.
Antes de passar a fronteira enchemos o depósito e um jerrycan, de gasóleo. Para além de ser mais barato no Sahara Ocidental, permitiu-nos gastar os últimos Dirhans.
A travessia da fronteira, em Guargarate, começava então, na primeira de 3 partes:
-Sair de Marrocos, foi fácil, apesar de burocrática e demais uns pedidos de presentes. Desta vez negados. Foram 6 vezes que mostramos os passaportes já carimbados.
– A terra de ninguém é surreal. Logo a entrada o GPS avisa o pelo perigo de minas nessa área. Não há estrada, mas sim vários trilhos confusos que atravessam uma zona de deserto, cuja paisagem está decorada com carros velhos abandonados, ou a carcaça deles, frigoríficos maquinas fotocopiadoras , etc.…
– Há chegada ao posto fronteiriço da Mauritânia, fomos revistados por mais um polícia simpático, que nos revistou o carro todo. Descobriu o saco dos telemóveis usados… Está-se mesmo a ver que escolheu um! Os restantes trâmites da fronteira foram pausados pela hora da oração, na devida esteira ao ar livre… pesar do caos e da desorganização lá conseguimos continuar o caminho, não antes de comprar um seguro (20 Euros) e trocar algum dinheiro, para a moeda local (Ouguiya).
A Mauritânia tem uma paisagem semelhante a do Sahara Ocidental, no entanto mais verde. Há dunas e muita mais arvores. Camelos também abundam, no entanto talvez por ser mais verde e haver mais vegetação parecem melhor tratados.
A Mauritânia é sem dúvida mais pobre e desorganizado.
Em vez de seguirmos para Nouadibhou preferimos ir em direcção a Nouakchot. Apesar de ser um país pacífico o passado, deste país com sequestros e roubos fez com que respeitássemos a noite e parássemos a meio de caminho. Paramos na vila de Chami. Pedimos informação sobre a segurança de acampar por ali. Disseram que poderíamos acampar com a polícia ou então ficar no “Auberge”. Assim fizemos. Encontramos um grupo de rapazes deitados no chão e perguntamos e podíamos ficar ali.
O chefe deles, um homem culto que trocou 18 anos da rotina parisiense pela tranquilidade do deserto, autorizou-nos a ficar. Montamos a tenda, em plena areia do deserto.
Íamos ficar no meio do nada, no deserto da Mauritânia. O homem mandou colocar uma esteira na areia, em frente ao nosso carro e almofadas, para ai nos sentamos. Ficamos na conversa, bebendo chá, que tradicionalmente é servido em 3 pequenos copos, com muito chá e pouca menta. Muito agradável, o ambiente. Tal como o homem disse, não era um “auberge” de 5 estrelas, mas sim de muitas, pois são todas as que se podem ver no céu…
🙂
Continuação de boa viagem e aventuras 🙂
Estou a ler um livro de viagens…só que, desta vez, eu tenho o privilégio de conhecer os viajantes.
Obrigada por partilharem connosco esta maravilhosa aventura.
Estou ansiosa pelo próximo capitulo.
Bjs aos dois.
Se o telemóvel que lhes deste era um dos meus, é melhor nao regressarem pelo mesmo caminho… eles não vão ficar contentes 🙂
Boa viagem e um grande abraço para os dois!!!
Continuem a disfrutar as estrelas 🙂
bjtos
Estava-se mesmo a ver que esta Viagem ía estar repleta de viagens…
Grande abraço
Vejo que a viagem está a correr bem. Por cá vamos acompanhando a Vossa Aventura. Um abraço.
Boa Viagem