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MOÇAMBIQUE – Buzi (Junho 2012)
Suscitou-nos o interesse por Buzi, a quantidade de doentes transferidos para o nosso Serviço, no Hospital Central da Beira! Logo numa das primeiras oportunidades, visitamos, durante um fim-de-semana, esta aldeia perdida na província de Sofala.
Parece perto, para quem olha no mapa. Da janela de casa, da Ponta Gêa, adivinha-se a costa do outro lado, na foz do rio Buzi. O GPS em linha recta refere que está distanciada em apenas uns 30 km… mas não é bem assim! Para lá chegar, os km aumentam consideravelmente.
Pela via terrestre, saindo da Beira na direcção de Inchope, há um desvio na aldeia de Tica que conduz, por uma estrada de terra batida até a aldeia de Buzi! São cerca de 150 km percorridos. A savana seca, é a paisagem que ladeia a picada. Pelo caminho são muitos os habitantes da região deslocando-se a pé ou em bicicletas, que usam para transporte pessoal, de carga ou até de animais. Era altura das queimadas e o céu cinzento de fumo deixava cair faúlhas negras. É uma zona em que se produz carvão, que devidamente ensacado é exposto, ordenadamente, para quem estiver disposto a comprar.
Chegando á aldeia de Buzi, uma pequena povoação na margem do rio de mesmo nome a primeira paragem foi junto ao rio, onde os barcos atracados esperam por passageiros para a margem sul do rio, onde fica a povoação de nome Nova Sofala. O rio Buzi com cerca de 250 km serpenteia pelas províncias de Manica e Sofala, para desaguar junto a esta aldeia, formando um estuário. É habitado por hipopótamos e crocodilos, que muitas vezes atacam os habitantes. Na aldeia não se avistam com facilidade, mas há sempre alguém que conhece uma história de quando o crocodilo atacou!!!
Junto ao rio fomos vendo a rotina da aldeia e sobretudo dos pequenos barcos que circulam entre as margens. Não é frequente aparecerem turistas na aldeia. Quem vai a Buzi significa que tem algum motivo, que não seja apenas pura curiosidade pelo ambiente rural Moçambicano! Pois este era o nosso caso…
Ao entardecer foi necessário encontrar poiso para a noite que se aproximava. No pequeno hotel da aldeia, apesar de um amplo espaço, onde poderíamos estacionar e armar a tenda, surpreendidos pela pergunta, disseram rapidamente que não… só dormindo nos extremamente caros quartos, para as condições precárias apresentadas. Muito menos com um cão! Mas rapidamente alguém se prontificou para nos ajudar e em escassos minutos estávamos a estacionar o carro entre as casas dos habitantes. Um jardim de coqueiros, com crianças a brincar por todo o lado. João disponibilizou o pátio da casa de sua tia para montarmos o nosso acampamento.
Ali ficamos o fim-de-semana em plena aldeia de Buzi, perdidos no Moçambique rural! No centro da aldeia, as antigas casas coloniais mantêm a estrutura original. As pessoas circulam, por uma avenida separada por um pequeno jardim central, entre as casas, o rio, o mercado ou a mesquita. Na hora da chegada, entrando no mercado, percebemos que tinha sido dia de matança de gado. Ainda jazia a cabeça do bovino sobre a prateleira de mármore do mercado central, esperando pelo último comprador.
Amanhece cedo e com a luz do dia as mulheres despertam para as lides domésticas. É necessário varrer os pátios das folhas caídas, recolher água da bomba mecânica para lavar a roupa e a loiça do dia anterior. Os miúdos, entretanto, preparam as brincadeiras no dia de “folga” que se avizinha. Aros de bicicletas, pneus, cordas e as obrigatórias bolas, são os brinquedos destas crianças.
As bolas despertaram-nos particular interesse, sobretudo na forma com que são manufacturadas. Um fio entrelaçado cria uma trama esférica que obviamente necessita de um suporte interno, uma câmara-de-ar, que lhe permite saltitar. Quando perguntamos a um miúdo de que era feita responde: “Com jeito…” Obviamente que tem que haver jeito para fazer uma bola daquelas, mas ao que ele se referia era ao interior da trama de tecido que resultou em esfera. São 2 preservativos da marca “Jeito” preenchidos por ar que constituem a câmara-de-ar das bolas dos miúdos de Buzi! Daí que só quem tem “jeito” pode, ali, jogar á bola!
Era altura dos Baobás darem fruto. Paramos á sombra de um baobá, onde um grupo de miúdos recolhia o fruto desta enorme árvore! Abrindo a grande semente descascam o fruto, com textura semelhante a um suspiro, com um sabor amargo, mas conhecido pelas suas propriedades anti-diabéticas. Mais uma paragem e uma luta por uma foto, destes simpáticos miúdos da aldeia de Buzi!
Já poderíamos assim, localizar no espaço o local de onde alguns dos nossos doentes chegam, esperam e voltam já tratados para junto da margem do rio Buzi!
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Futebolistas do Grande Hotel!
Alberto segura uma bola de futebol! O grupo de amigos já tem jogo marcado para amanhã, domingo… Faltava a bola aos vizinhos do Grande Hotel! Agradeceram com um aperto de mão, em fila… como se de o inicio da partida se tratasse!
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Moçambique – Primeras semanas en ciudad de Beira
Los primeros día en Beira sirven para cogerle el aire a la ciudad que ya conocemos de cuando estuvimos aquí hace 5 años. Nada mas llegar nos presentamos a la Dirección de Hospital que nos recibe rápidamente pero sin gran efusividad, y nos alojan temporalmente en el muy modesto Hotel Cleopatra, en el barrio de Ponta-Gêa. Tratamos de varios documentos como el NUIT( número fiscal), cuenta bancaria y el famoso DIRE, que es el documento de residencia para extranjeros, que tendremos que ser nosotros a pagar (en mi caso mas de 500 euros) por año. También nos acercamos por las oficinas de Aduanas para tratar del permiso de importación temporal del coche.
Pocos días después empezamos a trabajar oficialmente en el Hospital Central de Beira, y directamente empezamos en el quirófano. Uno frente al otro, y mientras operamos, comentamos que la aventura de cruzar África de norte a sur ha dado paso a otra fase no menos aventurera.
El área de internamiento de Urología, no ha cambiado mucho. El pasillo continúa siendo un “tetris” de camas de hierro a un y otro lado, que tenemos que sortear cada mañana para llegar al gabinete,y varios cuartos del lado derecho con camas y mosquiteras azules acogen a casi 40 pacientes con diversas patologías, la mayoría en espera de una operación. Algunos que vienen de provincias lejanas esperan meses internados. Y la lista de espera de pacientes en consulta o en espera de una operación programada es interminable. La integración en el sistema no es fácil, luchamos cada día por cumplir un programa operatorio en un horario normal que para muchos mozambiqueños les supone demasiado trabajo: “This isAfrica” (T.I.A.). La falta de recursos materiales y en muchos casos de formación profesional de muchos paramédicos es evidente, y nuestro apoyo en el área de Urgencias como prevención día y noche durante 15 días por mes, se vuelve casi una pesadilla. Por lo que hace muchas veces, el trabajo resulte un desgaste físico y psíquico enorme. Como única recompensa, la gratificación de muchos pacientes que nos transmiten personalmente incluso en dialectos incomprensibles para nosotros.
Después de tres semanas en el Hotel , conocemos como en un “Big Brother” tanto a los empleados como a los clientes, muchos de ellos, médicos coreanos de diferentes espacialidades ( casi imposible distinguirlos unos de otros) y cubanos (mucho mas simpáticos y parecidos a nosotros) enviados por sus gobiernos en “misión” de 2 a 3 años por convenios económicos bilaterales. Después de la ardua tarea de encontrar casa para alquilar, nos mudamos a una casa en el mismo barrio, Ponta-Gêa. Al contrario de lo que se piensa, las casas o apartamentos para alquilar son mucho mas caros que en Europa y en muy malas condiciones. Conseguimos que el gerente del hotel nos regale uno de los cachorros de una camada de 4 que nacieron hace algunos días en la “trastienda” del propio hotel. Nuestro cachorro se llama Jambo. Y así, nos mudamos a una casa antigua casi sin muebles en una primera planta con el mar enfrente, el océano Indico de aguas turbias por la desembocadura del rio Pungue.
El famoso “Grande Hotel” de la época colonial queda a nuestra izquierda, con sus peculiares “okupas” como vecinos. Después de su apogeo hace 40 años, tras la independencia, entró en su etapa mas decadente, y actualmente decenas de familias ocupan sus cuartos y suites sin ningún tipo de servicio de luz ni de agua, convertido en un lugar con una mezcla dedegradación y de mágico muy atrayente para periodistas y fotógrafos, convirtiéndolo en un icono de la ciudad.
Beira, es la segunda ciudad del país, de unos 500 000 habitantes y cumple 105 años como ciudad, por lo que es una de las ciudades mas antiguas en Africa. Tiene el primer puerto del país y es la capital de los langostinos. Nuestro barrio, Ponta-Gêa, es uno de los más populares en la ciudad. De calles rectas y numerosas casas de espectacular arquitectura colonial, aunque muy degradadas tras la independencia,con buenas vistas de la desembocadura del rio Pungue en el Indico.
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MOÇAMBIQUE – Maputo, Ponta do Ouro, Tofo, Beira (18 Fevereiro – 25 Abril)
A chegada a Maputo foi motivo de contentamento. Afinal o objectivo a que nos tínhamos proposto acabava de ser cumprido. Uma nova fase da grande aventura começaria, a de iniciar o trabalho.
Maputo continua a mesma cidade, desorganizada, mas mantendo a beleza já por nós conhecida. Os edifícios coloniais preservam-se pela solidez dessas obras. A sua manutenção é escassa, no entanto continua a ser uma cidade agradável. Há mais pessoas, há mais estrangeiros há mais portugueses que fogem de uma eterna crise Europeia…
A percepção de conhecer a cidade faz parecer que ainda ontem cá estivemos, apesar de já terem passado 5 anos do tão importante voluntariado médico que cá fizemos. É bom perder-se pelas ruas e orientar-se pelas avenidas principais: 24 de Julho, Mao Tse Tung, Eduardo Mondlane ou a 25 de Setembro.
Voltar aos sítios que já conhecíamos notou-se bom mas por vezes uma desilusão. O Núcleo das Artes que tanto frequentamos está mais degradado, o Centro Cultural Franco Moçambicano menos activo.
Já não há venda de artesanato e batiks na rua, mas sim numa feira de artesanato central. Há melhoras! O jardim dos professores possui agora o Café das Acácias, com Wifi, assim com o novo Café Sol, que adoptamos como nossos escritórios durante o tempo que permanecemos em Maputo! O bar dos CFM é agradável, e o Café Gil Vicente continua igual. O cinema Lusomundo muda o cartaz semanalmente com dois filmes em exibição. O centro cultural alemão apresenta actividade cultural curiosa, como ciclos de cinema documental. O Instituto Camões mostra filmes portugueses e reúne em conversa individualidades como Mia Couto!
Há novos centros comerciais. Alguns com lojas de roupa caras. Para quem entende que isto é sinal de desenvolvimento acha que Maputo está melhor. Não sei se partilho desta opinião: há mais carros, o trânsito a certas horas do dia é infernal. Os preços são impossíveis e quem procura casa desespera para competir com os preços exorbitantes que as pessoas pedem… Não só no aluguer mas também nos artigos mobiliários ou de decoração…
Depois de nos instalarmos no Fátima´s Place, na Avenida Mao Tse Tung, começamos o processo laboral. Tínhamos um contacto importante em Maputo, na área médica, que nos tinha orientado no regresso ao país como Urologistas. Mas surpreendentemente, apesar dos conhecimentos, a aventura de conseguir um contracto de trabalho com o Ministério da Saúde (MISAU) foi quase mais difícil que atravessar África de carro!
No MISAU iniciamos o processo do zero, com novas cartas escritas a solicitar trabalho, novos documentos profissionais autenticados, novos CV enviados ao Ministério. Conversas com pessoas chave no Ministério que entenderam a carência de Urologistas no país. Num país com 20 milhões de habitantes e apenas 3 urologistas nacionais as necessidades são extremas. Contam com a colaboração de médicos Cubanos ou Corenos, que por diversas razões não serão da maior eficácia, quanto mais não seja por serem enviados pelo regime e não por vontade própria.
Nós os dois seriamos então, quase 50% dos Urologistas no país, que vêm por gosto e vontade de ajudar, deixando para trás família, amigos e bons locais de trabalho em Portugal. Fizemos isso pelo gosto profissional e pela experiência pessoal adquirida e nunca pensando materialmente ou na possível actividade privada. Mesmo assim foi difícil e lento o processo de contratação.
Não vou aqui citar as reuniões que tivemos, as idas diárias ao edifício do MISAU, á Ordem dos Médico, as burocracias complicadas e desnecessárias que nos fizeram atravessar, os telefonemas efectuados e os pensamentos de frustração involuntária que gerou este processo. Pensar que num país em que os problemas Urológicos abundam e onde os médicos não são suficientes, ainda ponderam a possibilidade de contratar (ao baixo preço de Médico Moçambicano) dois urologistas Europeus, faz rever todo o conceito de ajuda Humanitária, inclusive das múltiplas e duvidosas ONG´s, e de qual a orientação da sociedade em que vivemos.
Mas tudo se resolveu. Mais uma vitória para mim e para o Pablo que pelos nossos meios chegamos e conseguimos o tal contrato. Finalmente tivemos a decisão de contratação para o Hospital Central da Beira, que tão bem conhecemos. Pelos vistos não é em Maputo que fazemos falta, mas sim na segunda cidade do país!
Durante o tempo em que estivemos em Maputo conhecemos muita gente e contamos muitas vezes a nossa história de viagem. Fomos entrevistados pela agência Lusa e pela RDP África, a quem desde já agradecemos a divulgação da nossa aventura africana.
Revimos pessoas dos nossos tempos de 2007.
A Adelaide ainda está em Maputo. Uma excelente pessoa, uma amiga de longa data que nos acolheu em sua casa. Contou-nos histórias suas, vivemos bons momentos, como se de uma família se tratasse. Obrigado Adelaide!
Marilena Urso , uma amiga desde 2007. Médica Italiana a trabalhar em cooperação. Recebeu-nos em sua casa, onde passamos bons momentos junto com o seu filho Edo!
A Raquel Mogo, uma antiga amiga e “conterrânea” foi um excelente suporte na cidade, sobretudo nos jantares de sexta-feira! “Muito bom!”
A Catarina Fortuna, uma pessoa que vale a pena conhecer e ouvir as suas histórias profissionais!
A Estela, professora na escola portuguesa e vizinha da terra. Bem-disposta. Sempre alegre!
A visita da Sara Brito foi um excelente momento para conversar e relembrar amigos portugueses. Parabéns Sara!
Outras pessoas nos marcaram nesta estadia por vezes difícil em Maputo: Jorge, Moises , Faisal, Daniel, Maria Júlia, Ana Peral, Hector, o Cônsul Espanhol, Beto, Medito, Ladino e outras pessoas com as quais nos cruzamos!
Por vontade ou por necessidade, tivemos que sair de Maputo algumas vezes. Visitamos as fabulosas praias de Ponta do Ouro a sul de Maputo. A estrada está em tão más condições que acabou com um dos nossos amortecedores, tornando lento e penoso o regresso a Maputo.
Ao fim de um mês na capital foi necessária a saída do país para renovação do visto. Fomos até ao Hlane Royal National Park na Suazilândia. Aconselhável para quem gosta de rinocerontes!
Para obtenção do visto de trabalho foi necessário ir a África do Sul. Em Joanesburgo visitamos os nossos amigos do Trópico de Capricórnio. Almoçamos juntos num restaurante português, O Pereira, situado numa antiga cadeia. Localiza-se em La Rochelle, zona de emigrantes portugueses. Comida excelente!
Apesar de este ambiente social amigável, ponderamos muito a decisão de ficar num país onde havia dúvidas da nossa necessidade profissional, facilmente entendida por leigos!
Quando nos disseram que seriamos contratados para o Hospital Central Beira o bem-estar e vontade de trabalho reacendeu e desde então tudo tem sido mais fácil, desde a obtenção do visto de trabalho em Neslpruit, do Certificado de Residência (DIRE) ou da orientação de uma nova fase da aventura africana!
No caminho para a Beira pernoitamos em Tofo, onde aproveitamos para mergulhar nas fabulosas águas do Índico. Fomos presenteados com mantas gigantes, dois tubarões de ponta branca e uma garoupa de um tamanho impressionante.
Estamos na Beira há cerca de 10 dias e já iniciamos um projecto que sabemos que vai ser difícil. Os meios são poucos e o trabalho muito! Demos inicio a uma outra etapa, que esperamos conseguir partilhar convosco.
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ÁFRICA DO SUL: Sani Pass – Underberg – Durban – Santa Lucia – iMfolozi – Nelspruit – Kruger – MOÇAMBIQUE: Maputo (7-18 de Fevereiro)
A porta da nossa saída do Lesoto situa-se num local tão espectacular como difícil de percorrer. Sabíamos que passando a fronteira não encontraríamos mais pastores e que a África voltava a ser a do Sul, diferente de todos os outros países. De facto o caminho era difícil e a certa altura a estrada parecia o leito de um rio seco e pedregoso. Calculamos em certos pontos a inclinação da estrada que por vezes chegava aos 18%. Antes da fronteira vimos anunciado o Sani Pass, com 2856 m de altura. Depois de carimbado o passaporte com a saída do Lesoto percorremos cerca de 500 metros e chegamos ao Pub e restaurante mais alto de África. Ficamos curiosos! De facto havia uma esplanada com uma aparente bela vista. Da esplanada reparamos que a estrada que íamos descer era tão ingrime como perigosa. Estávamos prestes a percorrer o Sani Pass em sentido contrário, onde apenas condutores de todo o terreno experimentados se aventuram. Cruzamos-nos com vários jipes, todos eles carregados de turistas, com slogans de agências de viagem. A estrada não está alcatroada, talvez pelo interesse turistico do local, caso contrário minimizaria a adrenalina de quem percorre esse troço! A inclinação poderia atingir os 20-30% em determinadas zonas. Um zig zag apertado, com curvas muito fechadas com quase 180º e terreno esburacado, com pedras que caiam enquanto o carro resvalava ligeiramente. Os carros sobem com dificuldade, a mesma com que nós descíamos. A paisagem é deslumbrante. Não se pode negar a beleza da montanha e a imponência da sua altura. Estávamos na zona de África do Sul, património da Humanidade, denominada Drakensberg. Ao inicio da tarde chegamos ao Sani Lodge Backpackers, onde acampamos. De tarde fizemos um percurso pedestre pela montanha até ao ponto chamado Stromeness, com uma espectacular vista sobre o Drakensberg. Ao longe estava o Sani Pass com o seu zig-zag agora parecendo tão pequeno como intransponível.
No dia seguinte saímos para Underberg, onde paramos e aproveitamos para rever o filtro de gasóleo. De novo na estrada deixamos de ver os pastores do Lesoto, mas voltamos às normais cenas das estradas de África do Sul. Há poucos transportes públicos pelo que as pessoas pedem boleia na berma da estrada. Muitos homens esticam as mãos mostrando uma nota para cativar as pessoas a pararem.
Passamos Pietermaritzburg, na direcção de Durban. A N2 é uma auto-estrada movimentada que vem desde Pretoria e próximo da cidade o trânsito é ainda mais complicado. Quase de noite chegamos a Bluff beach, e pernoitamos no Ansteys Backpackers. Este Backpackers tal como outros está completamente revestido de informação turística. Há programas para todos os gostos: surf, visita a aldeias zulus, 3 dias e 4 noites em safari algures, ver borboletas no local x, visitar o Drakensberg, subir o Sani Pas, montar a cavalo, ver tubarões ou baleias na época certa…Enfim, por cá não há tédio, desde que carteira colabore!
No dia seguinte, na cidade de Durban, aproveitamos para conseguir o último visto da viagem, o de Moçambique, sem qualquer dificuldade. De seguida visitamos o centro da cidade. A primeira paragem foi no estádio de futebol, Moses Mabhida, onde Portugal enfrentou o Brasil no Mundial 2010. Tem um arco central, com um teleférico que dá acesso a uma plataforma que permite uma visão alargada da cidade. Passeamos pela marginal até ao Ushaka Marine World, um parque aquático com enorme variedade de espécies marinhas.
Dez de Fevereiro foi uma data especial. O dia do meu aniversário. Depois de receber os primeiros Parabéns, pensamos em seguir viagem, mas de facto havendo o Ushaka Marine World, com actividades relacionadas com o mar achamos interessante entrar, e festejar o dia de aniversário de uma forma diferente… Nada melhor que comemorar os 35 anos comportando-nos como crianças! À noite passeamos pela Florida Street, com bares e restaurantes e um ambiente nocturno muito semelhante ao Europeu!
Deixamos Durban na manhã seguinte na direcção de Santa Lucia. É uma aldeia localizada na margem de um estuário, habitado por muitos hipopótamos e a maior colónia de crocodilos de África do Sul. Há uma espécie de dique que impede a mistura de água doce com a salgada. No entanto, se as chuvas intensas inundarem a lagoa pode levar á mistura destas águas. Segundo nos informaram, nesta circunstância, os hipopótamos sobem o rio até um ambiente mais propicio e os crocodilos permanecem pois têm a capacidade de sobreviver nessa mistura de águas. Também nos revelaram que até tubarões já foram encontrados a nadar na lagoa, numa altura em que as águas subiram. Ao fim da tarde, os hipopótamos aproximam-se da margem.Saem da água e passam a noite a comer, podendo consumir até 50 kg de erva por noite.
No dia 13 de Fevereiro chegamos ao Parque Natural iMfolozi. Neste parque abundam os rinocerontes e nós tivemos a sorte de ver 13 exemplares, entre outros animais como elefantes e muitos búfalos. Não é permitido usar a própria tenda no campismo, pelo que apenas passamos o dia. A caminho de Nelspruit, a cidade mais próxima onde conseguiríamos chegar nessa noite ficava a cerca de 100 km. Já era noite quando chegamos a Nongoma e aí fomos surpreendidos pela lotação de todas as guesthouse e B&B. Restava-nos uma solução que era dormir na tenda na cidade. Certamente que a policia nos viria perguntar o que fazíamos pelo que nos antecipamos indo á esquadra perguntar onde poderíamos acampar. De forma eficiente os policias arranjaram-nos um local para dormir a cerca de 4 km da cidade. Um lodge ainda em construção, mas impecável para passar a noite!
No dia seguinte antes de sair da cidade fizemos algumas compras num supermercado chamado Cambridge. Não me deixaram entrar por ter uma mochila ás costas pelo que fiquei á espera na porta. Entretanto os seguranças olhavam para mim com ar desconfiado. Expliquei o que fazia ali. A resposta foi simples: “Pensavamos que podia ser alguém a querer roubar!” Prometi que não roubaria nada, para eles ficarem descansados. Riram-se! Este incidente não me deixou irritado. Talvez seja a prova de mudança em que os ladrões não têm cor. Pode ser qualquer um e as medidas de seguranças aplicam-se de igual forma a brancos e negros. Primeiro sinal que notamos que o apartheid já não existe!
Seguimos viagem e a proximidade de Nelspruit foi anunciada pelo rio Crocodile. Instalamos-nos no Nelspruit Backpackers. Estávamos perto do Kruger National Park, mas antes ainda pretendíamos visitar o Blyde River Canyon, uma espectacular área de montanha na envolvência da savana do Kruger. Ficamos a dormir no Amzloti Backpackers. O local parecia abandonado. Os donos um casal de sul-africanos de cerca de 60 anos tentavam recompor o estabelecimento depois das fortes cheias que estragaram algumas zonas do recinto. Segundo o dono, por ali aparecem hienas, facoceros e até porcos-espinhos. Contou-nos histórias de cobras que atacaram os seus cães, tendo em alguma situações um desfecho fatal. O senhor é de facto uma personagem e depois de nos contar estas aventuras entregou-nos uma catana e disse para irmos passear pelo matagal… Claro que o passeio foi tudo menos relaxante ainda por cima levando 3 cães que não nos largavam, o que em caso de encontro com uma cobra poderia suscitar a fúria do réptil e os cães ou nós acabarmos mordidos… À noite o céu estava estrelado e ouvimos ruídos de animais vindos da savana.
Estávamos bem perto de Moçambique, no entanto, e apesar de não ser a altura ideal para visitar o Kruger entramos no parque . Nos dois dias que lá passamos conseguimos ver muitos animais com os big 5 (Elefantes, Rinocerontes, Búfalos, Leões e Leopardo) foram avistados. Na manhã do dia 18 de Fevereiro acordamos bem cedo e conseguimos avistar um leopardo, que depressa desapareceu entre os arbustos.
Satisfeitos com a visita ao parque saímos na direcção de Moçambique. Pela Crocodile Bridge, a porta do parque mais a sul e mais proxima da fronteira de Ressano Garcia.
Atravessando a fronteira entrariamos no país que consideramos o final desta viagem trans-África, ou pelo menos do primeiro capitulo da mesma!
As formalidades fronteiriças foram simples e rápidas apesar de ser fim-semana. Na fronteira, que já conhecíamos voltamos a ver as mulheres de capulanas, com as mercadorias à cabeça e as crianças atrás. A confusão de sempre de uma fronteira muito movimentada.
Neste dia especial, 18 de Fevereiro chegamos a Maputo. A cidade continua desorganizada e caótica, no entanto, mantém o mesmo encanto que há 5 anos atrás!
Assim, após 5 meses, 17 países e 30000 km regressámos, via terrestre, à “nossa” África, fechando este capítulo de aventura!
A todos aqueles que seguiram de alguma forma a viagem, que nos apoiaram ao longo destes cinco meses e que disponibilizaram algum tempo com este blog, resta-nos o agradecimento e prometemos que vamos tentar continuar a alimentar o baobabshadow com histórias e fotos.
MUCHAS GRACIAS
MUITO OBRIGADO
THANKS
MERCI
KANIMAMBO
(assim parece mais internacional)
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Lesoto: Malealea – Semonkong – Rafolatsane – Sani Pass (2-7 Fevereiro)
Entramos en nuestro 16º país por la frontera llamada Makhlenge Bridge. Resulta ser muy rápida, haciéndonos pensar la gran diferencia con otras fronteras africanas que nos habían llevado horas y mucho dinero. Cruzamos elrío y sellamos la entrada pagando solo unos 3 euros por la entrada del coche. Nosotros no necesitamos visado.La moneda en este país se llama Maloti, cuyo valor es equivalente al Rand surafricano. Puedes usar el Rand en Lesotho,pero no Maloti en Suráfrica. Sonrisa muy simpática de los empleados de la frontera: WelcometoLesotho!
En seguida comprobamos que es muy diferente de Suráfrica y de Namibia, no vimos un solo blanco y es patente la pobreza de este pueblo, muy rural y parado en el tiempo. Un lugar aislado entre altas montañas en medio de Suráfrica, donde no parece haber llegado la colonización blanca, aunque muchos surafricanos blancos hablan de este país como si formara parte de Suráfrica. Felizmente mantiene su identidad y su cultura más originaria.Nos dirigimos a una pequeña ciudad a pocos kilómetros llamada Mohale´sHoek ypreguntamos por un atajo para llegar a Malealea. Decidimos cortar camino, montaña a través, por ruta con tramos difíciles de piedras y tierra cruzándonos con muchos pastores con sus ganados por valles y montañas espectaculares. Llegamos a superar los 2000 m de altitud en algunas zonas. Cuando nos paramos a comer en una aldea llamada Mpharane es patente la hospitalidad y simpatía de los basothos (así se llaman a los de este país). Nos sentimos de nuevo como en África, y tanto los pastores como los niños, que salen de las escuelas, saludan espontáneamente. No parecen tener estigmas del “apartheid” de los países vecinos. Reaparecen los mercadillos en los cruces y la comida local con papa de maíz, verdura y gallina. Tras varios tramos complicados del camino llegamos a Malealea.
Acampamos en MalealeaLodge, que se dedica entre otras cosas a ayudar en el pueblo mejorando fundamentalmente la educación en las escuelas y promoviendo el desarrollo turístico de la zona. Aquí, si lo deseas, te organizan desde varios días a caballo, hasta visitas a cataratas, visitas a las aldeas y contacto cercano con la cultura basotha. Vemos los únicos blancos, los encargados del Lodge y los turistas de diferentes nacionalidades, muchos de Alemania. Es aquí donde conocemos a una pareja simpática de alemanes que conocen Sevilla y el parque de Doñana, el Rocio y Santa Olaya.
En Malealea pasamos un par de días. Aprovechamos con un guía local llamado Klausspara ir a pie por valles y montañas hasta las cataratas deBotsoela atravesando aldeas y pastores con sus mantas características y gorros para protegerse del frio. A pesar de ser verano, la altitud se nota, y en invierno la nieve cubre las montañas y muchas aldeas quedan completamente aisladas. Después continuamos a pie hasta otro valle con un desfiladero del rio Makhalonge donde vimos pinturas en las rocas. Tras 5 horas de camino acabamos exhaustos, pero maravillados por el paisaje.
También comprobamos lo ingeniosos que son los lugareños, ya que fabrican sus propios instrumentos musicales con materiales de reciclaje.
Es la época de lluvias y durante dos noches llueve copiosamente con tormentas eléctricas impresionantes.
Después de dos días nos dirigimos a Semonkong, un lugar recóndito en medio del país. Y cogemos el camino más corto y panorámico pero el más complicado para conducir. Son cinco horas para 140 kms, pasando por paisajes de imponentes valles y montañas, con sus aldeas de casas redondas y coloridas, y muchos caballos.Era sábado y en algunas aldeas celebran con fiestas el día en que muchos adolescentes son circuncidados.
Subimos con cierta dificultad un puerto de montaña alcanzando los 2755 m de altitud hasta llegar a la remota aldea de Semonkong. En la calle principal la gente se mueve de un negocio a otro venidas de otras remotas aldeas sin accesos a vehículos, solo a pie o a caballo y perdidas en las montañas. Algunos hombres a caballo se abrigan tanto que hasta usan gorros de lana que cubren todo el rostro pareciendo guerreros de las Cruzadas.
Acampamos en SemonkongLodge, un lugar muy acogedor en la misma margen del rio, donde nos quedaríamos otro par de días. Se trata de un sitio estratégico de paso de lugareños a pie y a caballo de un lado al otro del rio por un puente que pasa por el medio del Lodge. Es sin duda un sitio mágico e interesante para contactar con la cultura Basotha. Uno de los días contratamos un paseo a caballo de 5 horas hasta la gran cascadade Maletsunyane, de 200 m de altura, y que tiene el record Guiness de descenso con cuerda(abseiling).En un soleado día, y acompañados por un guía local llamado Bernard, salimos los tres a caballo rio abajo en dirección de la vertiginosa cascada. El paisaje es de cortar la respiración, siendo una de las zonas más bonitas que visitamos en este viaje trans-africano.
Continuamos viaje para atravesar el país de Oeste a Este y entrar de nuevo en Suráfrica. Nos queda un largo día por delante de muchos kms y carreteras inciertas, y no sabemos cómo va a responder el coche. Desde hace un par de días que sale humo más negro y parece que necesita un cambio del filtro de combustible. Después de 60 kms por pista de tierra, llegamos a la localidad de Roma, muy animada de gente, universitarios y comerciantes. Nos abastecemos de combustible y comida y entramos en carretera de asfalto en dirección a Taba-Tseka, donde según informaciones acaba la carretera para continuar por camino. Durante la ruta pasamos por paisajes maravillosos, con enormes subidas y descensos desde altas montañas, atravesando un puerto de montaña a 3000 m de altitud. El coche continúa echando humo negro pero parece que responde bien en las subidas, aunque ha perdido alguna potencia. Pasamos un par de controles de policía donde curiosamente quieren comprobar que llevamos extintor y carnet de conducir. Amablemente nos dejan seguir, y llegamos a Taba-Tseka. Sabemos que estamos lejos todavía de la frontera y nos informamos que no encontraremos mas asfalto en el camino. El camino se vuelve muy duro durante unos 15-20 kms, tardando una hora para recorrerlo, y no parece mejorar. Pensamos que de seguir así tardaremos días en salir de Lesotho.De vez en cuando aparecen pedazos de mejor camino y podemos llegar a 35-40 kms/hora. Pero el horizonte son montañas enormes e interminables que tendremos que sortear. Vuelta a bajar al cauce de un rio y cruzar un puente estrecho y vuelta a subir por caminosmuy empinados y pedregosos pero con vistas impresionantes. Nos preguntamos como pueden pasar por aquí los autobuses locales. Restos de coches despeñados y abandonados en barrancos. Llegamos con dificultad hasta los 3045 m de altura,para después bajar lentamente, por autentico camino de cabras.
Teníamos una media hora de luz y encontramos en nuestro GPS una guesthouse para backpackers en medio de la montaña. Después de un pequeño desvío tenemos unos 500 m de camino tan difícil y cuesta abajo,que los lugareños nos dicen que la lluvia había hecho desaparecer el camino.La aldea próxima se llama Rafolatsane, y el hostal parece abandonado. El señor que lleva el hostal tarda en aparecer, y nos comenta que el dueño es un blanco surafricanoque poco aparece por allí. Somos los únicos huéspedes. Se trata de una enorme casa con muchas habitaciones y suelo de madera, que ya tuvo sus mejores días. No hay luz, y los cuartos son caros y muy básicos por lo que optamos por acampar afuera aunque podemos usar la casa. Anochece y el encargado se despide hasta el día siguiente. Podría ser una escena de una película de terror. Solos, en la enorme casa y a la luz de las velas, el crujido de la madera y el chirriar de las contraventanas, mientras cenamos en el salón principal con un murciélago a sobrevolar nuestras cabezas.
Al día siguiente nos despedimos del encargado y continuamos en dirección a la frontera.Nos separaban unos 50 kms hasta la frontera en Sani Pass. Vuelta al sufrimiento del camino de piedras, bajando hasta una altitud de 1900 para volver a subir por un valle muy complicado.Con el marcador de altitud en nuestro GPS vemos como vamos ascendiendo por terroríficos kilómetros de mucha pendiente y camino muy estrecho, metiendo en muchas veces la tracción máxima. Llegamos hasta los 3250 m y paramos para descansar física y emocionalmente. Del lado derecho tenemos la montaña más alta del Sur de África, de 3482 m llamada ThabanaNtlennyana. Encontramos un pastor al que le damos una manta que no habíamos usado en todo el viaje, y por delante un enorme valle para recorrer los últimos 5 kms de Lesotho.
Tras pasar la última aldea de pastores, llegamos a la frontera, el famoso Sani Pass. Encontramos todoterrenos de turistas que suben desde Suráfrica y vuelven a bajar en el mismo día. Son excursiones organizadas desde los hoteles del otro lado de la frontera, con conductores profesionales, muchos de los coches tienen escrito la publicidad de “conductores especialistas en Sani Pass”, y allí estábamos nosotros muy inexpertos y con el coche cargado hasta las trancas.Los turistas, claro está, nos miran espantados, como una atracción turística más. El puesto fronterizo de Lesotho está literalmente antes de la vertiginosa y asombrosa bajada para Suráfrica, junto a un Pub de madera, cuyo letrero dice orgullosamente que es el Pub más alto de África. Nos despedimos de este maravilloso y desconocido país, que rompe con el estereotipo de país caluroso africano. Y nos sentimos como la lava arrojada por un volcán, bajando la vertiginosa ladera para entrar nuevamente en Suráfrica.
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ÁFRICA DO SUL: Betty`s Bay – Gaansbai – Strusbai – Cape Agulhas – Oudtshoorn – Knysna – Storm River – Addo – Zastron (24 Janeiro – 01 Fevereiro)
No dia 24 de Janeiro só pelas 17 horas conseguimos o carro recomposto. Decidimos deixar Cape Town em direcção ao sul, seguindo a estrada da costa. A saída pela M2 atravessa os bairros de Nyanga e Kayelitshia. Duas Townships com fama de elevada criminalidade. Não sei se assim será, mas o facto é que são enormes áreas de barracas aglomeradas e isoladas do resto da cidade, separadas da auto-estrada por uma alta vedação. Estão habitados por negros onde os brancos nao entram! E dizem que não há Apartheid?
No final da tarde chegamos a Betty´s Bay, uma pacata aldeia à beira mar onde o principal interesse é uma colonia de pinguins em ambiente natural, que visitamos no dia seguinte.
Continuando viagem pela costa, paramos em Hermanus. É um dos 12 melhores locais do Mundo para ver baleias, mas na altura certa (Junho – Novembro), quando se deslocam da Antartida até esta costa para acasalar. Vimos apenas algumas focas. As baleias já tinham partido claro!
Em Gaansbai tinhamos como objectivo fazer mergulho com o tubarão branco. Há várias companhias dedicadas ao negócio, mas optámos por uma conceituada com várias filmagens para a National Geographic e BBC – Great White Shark Tours. Depois de combinado o mergulho procuramos o sitio onde acampariamos, numa quinta entre as montanhas. Neste caminho tivemos a prova da insegurança sentida pela maioria das pessoas em África do Sul. Nesta pacata vila marinha reparamos em 2 rapazes que corriam pelo mato dentro, enquanto um outro os seguia de arma em punho. Seria um assalto certamente! Ficamos apreensivos e passamos a alta velocidad pelo cenário descrito…
O dia 26 de Janeiro foi o dia dos tubarões. O barco levava 16 pessoas de várias nacionaldades, todos partilhando a mesma vontade. Apesar da companhia Great White Shark Tours dizer que não usa isco, mas apenas o Gladys (placa de borracha, com forma de foca), reparamos que um dos empregados tinha como função esmagar pedaços de atum num bidom de água lançando um pouco dessa mistura ao mar. Um homem lançava o Gladys e outro cabeça de atum inteiras presas por uma corda. Os tubarões começaram a aparecer, um a um… Não pareciam demasiado interessaos no isco mas rodeavam o barco continuamente. Desde a gaiola a visão é impressionante! Os tubarões aproximam-se continuamente do barco. Nessa altura um dos marinheiros dizia: “Down guys, down” e nós mergulhavamos para de seguida ver aparecer o aterrador e antipático tubarão branco. Uma das vezes fomos surpreendidos por um tubarão que mordeu a gaiola mesmo na minha frente. Por instantes senti uma pancada na testa e vi uma enorme boca cheia de dentes… Assustador, verdadeiramente um momento do Tubarão 3!!!
Depois desta experiência fomos na direcção de Cape Agulhas. Chegamos a Strusbaai, uma cidade a cerca de 6 km do Cabo, onde dormimos no Strusbaai Backepackers. Depois de um mergulho no Indico, o primeiro da viagem, fomos ao Cabo Agulhas. Era um momento importante da viagem. Passamos o farol, onde tiramos algumas fotos e depois seguimos até ao local assinalado como o ponto mais a sul de África. Fotos obrigatórias e especulações sobre o encontro dos dois oceanos. Fazia exactamente 4 meses desde a entrada no estreito de Gibraltar e estavamos no ponto onde há varios séculos atrás os portugueses concluiram ser o ponto mais a sul do continente Africano. Chama-se Agulhas pela orientação das agulhas da bússola dos portugueses.
No dia seguinte iniciamos o caminho da chamada “Garden Route”. O destino do dia era Oudtshoorn. Passamos Swelledam e Barrydale seguindo pela Route 62. A Route 62, que se compara à Route 66 dos EUA é uma estrada simples, semi-desértica, com extensas zonas sem casas, com a estrada resgando os campos, com rectas infindáveis. Numa certa zona passamos a Huiser River Pass, uma estrada estreita que sobe a montanha de onde a vista é panorâmica. Passamos Ladysmith, e acabamos por chegar a Oudtshoorn, a cidade das avestruzes. Na entrada começamos a ver muitas quintas de avestruzes, com venda de vários artigos relacionados com estes animais, desde as penas, ovos, carne ou carteira feitas com a sua pele. Visitamos as Cango Caves! Chegamos mesmo a tempo do percurso das 9:30 h. Chama-se Adventure e percorre imensas galerias, com passagem obrigatória por tuneis estreitos, impróprios para claustrofóbicos. Fomos acompanhados por uma jovem sul-africana chamada “Keke”, extremamente simpática. A primeira galeria foi em tempos usada como sala de concertos de música clássica, que suspenderam quando perceberam a destruição causada pelos visitantes. Mas o Pablo contemplou-nos com o cássico Espanhol “Moças de Vilarpando”, que encantou a sala de concertos vazia! Em seguida passamos pelo Swartberg Pass, um caminho montanhoso, cuja vista é impressionante. Almoçamos Bobotie (Tipico prato Sul-Africano, com origem Malaia) no Buffalosdrift Game Lodge, um restaurante com esplanada junto a um lago, onde supostamente se vêem hipopotamos e outros bichos exóticos…
Voltamos á Garden Route, passando George, Wilderness até chegar a Knysna. O caminho continuava espectacular. Muitas lagoas de cada lado da estrada. Em Knysna acampamos uma noite e visitamos alguns pontos de interesse, como a lagoa e o Waterfront, uma pequena marinha na lagoa! Aproveitamos o bom da gastronomia da região dominada pelas Ostras!
Tsitsikamma foi o seguinte ponto de paragem. Acampamos no Storm River National Park. África do Sul está repleto de locais naturais bonitos e os sul-africanos exploram-nos devidamente. Frequentemente surge uma portagem a pagar, numa estrada considerada panorâmica. O caminho para Tsitsikama foi um destes locais. Para além disso em torno de um local bonito montam um parque. O Storm River é a foz do rio que surge num imponente desfiladeiro. Aí construiram uma ponte suspensa, criaram uma área de campismo e um restaurante, e já justifica cobrar uma taxa de entrada… Costumamos brincar dizendo que em África do Sul, numa área verde colocam uma vedação com porta, três dassies (roedor do tamanho de um coelho), uma avestruz e já dá um parque natural, onde se cobra entrada e se vendem souvenirs… Esta é sem dúvida uma zona turistica: maior bunjee jumping do mundo, com 216 metros, aluguer de bicicletas, descidas do rio de boia, etc. Mas o mais procurado é o Canopy, em que as pessoas se sentem como os macacos saltando de árvore em árvore em 10 slides nas alturas da floresta. Reparamos num grupo de velhotes tirando uma foto, devidamente equipados metendo-se num jipe estilo safari para iniciarem a viagem do macaco. Achamos que não deveria ser assim tão dificil, pelo que decidimos não participar nessa aventura! Uma coisa é certa o Storm River é um local bonito, onde ao pôr do sol fomos presenteados por um grupo de golfinhos saltando na crista das ondas!
No dia 30 de Janeiro chegamos a Addo, passando pelos subúrbios confusos de Port Elizabeth. Passamos mais uma enorme township (onde vive a maioria negra). Mais uma vez uma vedação separava as casas da estrada. Desta vez as casas eram em cimento e não em chapas de zinco.
Procuramos o Addo Orange Elephant Backpackers, onde acampamos. Está bem perto do Addo Elephant National Park, onde entramos no dia seguinte. Mal entramo vimos uma serie de animais, desde tartarugas, antilopes e zebras. No final do dia foram imensos os elefantes vistos, assim como facoceros, búfalos e 3 leões. Dois jovens machos dormiam deitados no alcatrão numa ingreme subida do parque, enquanto uma fêmea dormia entre as ervas altas.Um dos machos tinha a falta de um canino, o que tornou as fotos de boca aberta suis generis!
No dia 1 de Fevereiro iniciamos o caminho até ao Lesoto, próximo país onde entraríamos. Passamos várias povoações, nomeadamente Cradock, Hofmeyer e Rouxville. Paramos em Hofmeyer para almoçar, num restaurante que é um misto entre loja comercial, restaurante, casa de chá e museu. Uma casa antiga colonial, bem preservada que alberga um espaço amplo, com o original chão de madeira. A decoração é colonial, com mesas e cadeiras da época. Um corredor dá acesso às casas de banho e está decorado com fotografias de Rugbi dos anos 20 e 30. Especulamos o que seria, e achamos que a dona, branca, seria descendente de emigrantes que ali formaram a familia actual. Curioso o sitio e ainda mais interessante a gastronomia, onde repetimos o Bobotie. Em Rouxville não encontramos local de campismo, pelo que seguimos até Zastron onde passamos a noite anterior à entrada no Lesoto (Mountain Guesthouse).
Estávamos bem perto do Lesoto. Sabiamos que passando a fronteira (Makheleng Brige) voltaríamos à “verdadeira” África, mais pobre, rural e acima de tudo muito montanhosa!
Na manhã seguinte pecorremos os 40 km de estrada de gravilha até à fronteira. Pelo caminho já nos fomos apercebendo da mudança e do predominio de pastores protegidos do clima montanhoso com cobertores pelas costas!
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