As duas componentes do projeto inicial foram concretizadas.
A viagem desde Portugal/Espanha até Moçambique foi cumprida de acordo com o previsto, com um total de 17 países atravessados, 5 meses e cerca de 30000 km percorridos pelo maravilhoso continente Africano. Os relatos que fomos publicando contam as peripécias desta épica viagem.
Quanto à segunda componente do projeto, a de trabalhar em Moçambique, também se concretizou tal como previsto, no entanto o seu início teve alguns percalços e surpresas inesperadas, felizmente a nosso favor.
Em Portugal iniciamos os contatos com o Dr. Igor Vaz nosso “elo” de ligação a Moçambique. Havia a certeza de um trabalho que nos orientava para o Hospital Central de Maputo. Ainda em África do sul, fomos surpreendidos, pela informação de que afinal não haveria contrato de trabalho para nós. Um país com cerca de 22 milhões de habitantes, com quatro Urologistas nacionais, não necessita de mais dois médicos habilitados e com formação Europeia para ajudar a colmatar as necessidades assistenciais e cirúrgicas do povo moçambicano, que sabemos que existem? E a ideia de ajuda na formação de novos médicos?
Percebemos que toda a documentação enviada desde Portugal tinha sido perdida no Ministério da Saúde. Na nossa chegada foi necessário reiniciar todo o processo, desde novas cartas escritas ao Ministro da Saúde, como entrega de certificados e outras exigências burocráticas. Foram sucessivas reuniões e dois meses até a ordem de contratação.
A maior surpresa foi a de que afinal não eramos necessários em Maputo. Beira ou Nampula seria o local ideal. Felizmente para nós, pois a vida na Beira sempre se revelou de maior qualidade, o contrato foi assinado e o trabalho iniciado no Hospital Central da Beira em Março de 2012.
Desta vez o agradecimento vai para o Dr. Caetano Pereira, Diretor da Assistência Médica Nacional e para o Dr. Hélder Miranda, Cirurgião do HCB. Foram pessoas que desde o início manifestaram o interesse no nosso trabalho e zelaram pela nossa permanência no país.
O prazer de trabalhar no HCB, apesar de todas as dificuldades deparadas revelou-se um desafio único, compensado pela felicidade daqueles que tratamos, pelo prazer de sentir que de alguma forma estamos a ser úteis para o povo Moçambicano.